Na data de hoje, há 24 anos, o mundo lamentava a trágica morte do estilista mais proeminente de seu tempo, Gianni Versace.
O gênio por trás da grife que fez história ao romper com todas as tendências da época e criar novos estilos foi assassinado na manhã de 15 de julho de 1997, na porta de sua casa enquanto voltava de uma caminhada.
Apesar de sua breve carreira, Gianni foi capaz de transformar a moda ao ser pioneiro em introduzir recortes sensuais e extravagantes nos designs femininos
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Início
Giovanni ‘Gianni’ Maria Versace nasceu em 1946, na cidade de Reggio Calabria, no sul da Itália, onde cresceu ao lado de seus irmãos Santo e Donatella.
Filho de costureira, Gianni sempre esteve ligado à moda e não demorou muito para que o filho do meio desenvolvesse gosto pela arte e passasse a aprender técnicas com sua mãe.
Quando jovem, o estilista tinha como suas principais influências a história da Grécia Antiga, a arquitetura e Andy Warhol. Essas três referências juntas criaram a base do que hoje conhecemos como a “estética Versace”.
Em 1978, aos 32 de idade, Gianni funda a Versace Company com o seu irmão mais velho, Santo, diretor geral da marca. Donatella entraria alguns anos depois e logo se tornaria responsável pelas campanhas publicitárias. Ainda no ano de inauguração, a marca desfilou sua primeira coleção feminina, intitulada de Gianni Versace Donna, em uma galeria de arte em Milão.
Medusa Power
Não demorou muito para que a marca se popularizasse e se tornasse a grife mais badalada do momento.
Com um estilo provocativo e sensual composto por modelagens distintas e estampas exageradas, a Versace rompia com todas as tendência da época e por isso era tão cultuada pelos insiders mais cool da moda.
“Quando as pessoas olharem para Versace, terão que se sentir apavoradas, petrificadas, como quando olham dentro dos olhos da Medusa”, constatou o próprio Gianni, quando perguntado o porque da Medusa como símbolo
Nos 19 anos em que esteve à frente da direção criativa da casa, Gianni criou designs que fizeram seu marco na história da moda e que até hoje servem de referência para estilistas.
Como poderíamos esquecer o safety pin dress usado pela atriz Elizabeth Hurley na pré – estreia de Quatro Casamentos e um Funeral, em 1994? O vestido – quase nada polêmico – se tornou um clássico instantâneo e virou o assunto do momento por semanas e semanas após o desfile. Hoje, o modelo, que tem até página na Wikipedia, pode ser encontrado no Google pela simples busca de ‘that dress’. Já dá para calcular o tamanho do impacto que o vestido teve na história da moda!
E não poderíamos falar do fenômeno que foi a Versace nos anos 90, sem falar do squad da marca. Entre os amigos do estilista estavam modelos, artistas, estrelas e até mesmo a realeza.
Princesa Diana, Elton John, Cher, 2Pac, Michael Jackson, Elizabeth Taylor e Madonna, Cindy Crawford e Naomi Campbell são alguns dos nomes que circulavam no universo da grife. Versace criou as roupas de Michael na turnê History World Tour, de 1996. E, no mesmo ano, 2Pac exibia um medalhão de ouro com a Medusa incrustada no valor de US$ 45 mil.
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15 de julho de 1997
Tão emblemática quanto sua vida, só a sua trágica morte.
Era bem cedinho na manhã de 15 de julho de 1997, quando Gianni Versace, que voltava de sua caminhada matinal nas redondezas de sua casa em Miami, foi surpreendido com os dois tiros na cabeça que resultaram no lamentável fim de sua vida.
Do outro lado da arma estava Andrew Phillip Cunanan, um jovem fanático pelo estilista que, na época, já era suspeito de outros quatro homicidios. O assassino tirou sua própria vida alguns dias após o ocorrido.
A manhã do 15 de julho será para sempre lembrada no mundo da moda como uma das mais tristes.
A tragédia que virou série
A morte do estilista foi um marco tão impactante na história do mundo que até ganhou sua adaptação para a televisão.
Lançada em 2018 e intitulada de “American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace”, a série de Ryan Murphy (produtor premiado que assina outras obras como American Horror Story, Glee e Ratched) explora o assasinato do estilista em 9 capítulos.
A riqueza da série está no seu protagonista, que por incrível que pareça não é Gianni… E, sim, Andrew!
A história é contada de trás para frente, com cada capítulo voltando um pouco no tempo para mostrar a vida de Andrew e seu envolvimento com quem viria a se tornar sua vítima, até chegar na conturbada infância e adolescência do assassino.
O elenco premiado conta com nomes como Édgar Ramírez, Darren Criss , Ricky Martin e Penélope Cruz que, respectivamente, interpretam os papéis de Gianni Versace, Andrew Cunanan, Antonio D’Amico e Donatella Versace.
Os críticos também amaram a série, que acabou levando um Emmy de melhor minissérie em 2018, assim como Darren Criss, que recebeu um Globo de Ouro de melhor atuação.
O legado de Gianni
Não é necessário dizer que apesar de sua morte, a Versace, agora comandada por Donatella, continuou a prosperar tornando-se uma das marcas mais famosas do mundo.
Gianni criou uma marca global, feminina e masculina, que ajudou a inserir e manter a Itália no mapa da moda. “Gianni Versace, junto com mais alguns nomes, simboliza o sucesso da moda italiana ao redor do mundo”, disse o rival Giorgio Armani no dia da morte do estilista. “Sua morte me deixou em estado de choque”, complementou.
É quase inacreditável pensar que em tão pouco tempo a Versace conseguiu se firmar no cenário mundial como uma das mais icônicas casas de moda, dividindo holofotes com marcas que há tempos estavam estabelecidas, como Prada, Louis Vuitton e Chanel.