Virtual influencers: marketing em carne e pixels

Quem – ou o que – são os influenciadores virtuais, que parecem ser a nova grande aposta do marketing digital.

 

Nos últimos anos, com o boom das redes sociais, acompanhamos o crescimento da influência digital como profissão, evoluindo para além de um simples hobby. Pessoas reais compartilhando suas vidas diariamente na internet, os digital influencers são muito apreciados e escolhidos por marcas com o objetivo de criar uma narrativa mais próxima ao consumidor. 

Mas, ao mesmo tempo em que é o caráter humano que torna estes influenciadores interessantes para as marcas, é esta mesma característica que pode os transformar em uma inconveniência. Isto porque seres humanos estão predispostos a errar.  Seja com descuidos em  gravações, gafes em publis, ou com declarações *polêmicas*, é parte da natureza humana cometer erros.

E se pudéssemos criar o influenciador perfeito: construído especificamente para o público-alvo de cada marca e que não cometesse deslizes, como os humanos? Parece impossível? Coisa de filme? Não se engane!  Eles já estão entre nós: os influenciadores virtuais.

Virtual influencers são personagens 100% digitais, que não existem no mundo real mas possuem personalidades extremamente realistas. Com traços mais animados (aproximando-se de cartoons) ou características muito próximas às humanas ,  alguns deles até chegam a ser confundidos com pessoas de verdade. O habitat natural destas “criaturas”? As redes sociais. Nascidos no Instagram, os influencers virtuais estão cada vez mais populares e tomando conta de todas as redes: Twitter, TikTok, YouTube e até Spotify. 

Uma das primeiras influenciadoras virtuais, e talvez a mais popular, é Lil Miquela. Criada em 2016, pela empresa de Los Angeles “Brud”, Miquela acumulou uma legião de 3.1 milhões de seguidores no Instagram, 3.4 milhões no TikTok, além de quase 200 mil ouvintes mensais no Spotify – sim, Miquela também é cantora e  já estrelou campanhas da Samsung, Calvin Klein e inúmeras outras marcas internacionais de renome. 

@lilmiquelaHi! I’m Miquela and MY LIFE is kinda crazy!!! But really, it’s getting freaky. ##questionsigetasked ##deeprealization ##robot♬ Pieces (Solo Piano Version) – Danilo Stankovic

Além dela, outros personagens virtuais têm brilhado na internet com parcerias ilustres. É o caso de Noonoouri (386 mil seguidores), que já trabalhou com Chanel, Bulgari, Louis Vuitton, Christian Louboutin e até já discursou em Harvard.

Outra do time das pioneiras virtuais é Shudu (219 mil seguidores), criada pelo fotógrafo Cameron James-Wilson para ser a primeira modelo virtual, e chegou a estrelar uma parceria com a Balmain em 2018.

No Brasil, muitas marcas e empresas têm investido em personagens virtuais próprios. A pioneira e mais popular, é com certeza a Lu, garota propaganda virtual da Magalu.

 



E o time de virtual influencers do Brasil não para por aí: temos agora também o Baianinho, das Casas Bahia, a Nat, da Natura, a Iana, das Havaianas, a Mara, da Amaro, dentre muitos outros. No Twitter, estes personagens costumam interagir entre si, o que atrai muita atenção dos consumidores.

Mas quais são as grandes vantagens de se trabalhar com influenciadores virtuais? Além da perda do fator humano, como mencionado anteriormente, os personagens trazem como vantagens o fato de poderem ser construídos minuciosamente para atrair e agradar os consumidores desejados. É o que foi feito pela Dailus, por exemplo. A marca de beleza brasileira convidou seus seguidores do Instagram para participar da criação da Dai, a assistente virtual da marca. 

Não só isso, os personagens possuem alguns atributos e privilégios que os humanos não possuem. Durante a pandemia, por exemplo, os influenciadores virtuais ganharam muita força, uma vez que os humanos estavam em suas casas por instruções de segurança – regra que não se aplica aos seres digitais. Privilegiados por isso, estes influenciadores puderam continuar com suas “publis” e colaborações, de maneira muito mais livre e criativa do que os influenciadores humanos.

Entretanto, por mais popularidade que os influenciadores digitais estejam conquistando, especialistas não acreditam que eles tomem o lugar dos humanos tão cedo. Ainda que não precisemos nos preocupar com um cenário hollywoodiano de dominação das máquinas, as marcas estão investindo cada dia mais em formas tecnológicas e futuristas de marketing. Como dizem por aí: ‘isso é tão Black Mirror!’

1 Comment

  • Guilherme Magalhães

    Adorei o post, acho o máximo a Lu da Magalu e o Baianinho das Casas Bahia. Só acho que as empresas deveriam investir um pouco mais nas aparições deles nos comerciais de televisão. É tudo muito rápido.
    Parabéns pelo blog! ❤️

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