Você já ouviu falar da síndrome do burnout? Trata-se de um distúrbio psíquico causado pela extrema exaustão, sempre relacionada ao trabalho. É na verdade a consequência do acúmulo excessivo de stress, tensão emocional e de trabalho, e é muito mais comum do que parece e que deveria, principalmente naqueles que trabalham constantemente sob pressão.
O assunto vem ganhando bastante visibilidade desde de março de 2020, quando as condições causadas pelo isolamento fizeram com que a maior parte dos profissionais ficasse em home-office, pois quando o nosso lugar de descanso se transforma em ambiente de trabalho, fica difícil segregar horários de trabalho e lazer. Muitas empresas passaram a se preocupar com a saúde mental de seus funcionários, adotando algumas estratégias de bem-estar como disponibilização de psicólogos, flexibilização de rotinas e até mesmo atividades mais lúdicas, como aulas de yoga.
O assunto está tão em alta que até a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu seus riscos e anunciou que vai incluir a síndrome de burnout na próxima revisão da Classificação Internacional de Doenças, que passa a valer a partir de 2022.
Mas foi em 2018, antes mesmo de a síndrome se tornar essa pauta que é hoje, que a sócia do Holding Club e defensora do movimento #bodypositive, Juliana Ferraz teve um mal estar pesadíssimo – nas palavras da própria – que se caracterizou por fortes dores no peito e uma falta de ar incontrolável. Juliana até achou que se tratava de um ataque cardíaco e foi parar em um hospital!
Mas pela surpresa da empresária, todo seu mal estar se tratava dos sintomas de sua crise de burnout, uma condição que ela nunca nem tinha ouvido falar.
“Essa doença que me atacou de uma forma tão forte, tão trágica e tão potente que eu achei que nunca ia me recuperar. No entanto, como estou aqui escrevendo este texto para vocês, dá para perceber que eu consegui. Mas não foi fácil. E ainda não é fácil. À época do pico do burnout eu tive de me afastar do trabalho por prescrição médica e conviver com sintomas que incluíam além da falta de ar e da dor no peito, uma sensação de apatia, confusão mental, falta de força física e até dificuldade de falar”, escreveu Juliana em artigo para a revista Veja.
Desde o susto, ela vem batalhando todos os dias para a sua mais breve e sustentável recuperação. E se os relatos de seus sintomas não fossem generosos o suficiente para ficarmos atentas, Juliana também nos trouxe conselhos valiosos de como enfrentar o problema. Confira:
1- Acompanhamento psicológico:
“Cheguei ao fundo do poço, literalmente. Mas, como dizem por aí, todo fundo do poço tem uma mola. E, aos poucos, fui recomeçando. Acompanhada de excelentes profissionais, que incluíam psiquiatras, psicólogos e terapeutas, fui dando um passo de cada vez.”
2- Afaste-se daquilo que te faz mal, mesmo que isso aperte o coração:
“Pedi demissão do emprego, cortei amizades tóxicas, fiz um grande detox da minha vida e aprendi a olhar para tudo de uma outra forma. Nem certo nem errado, mas de uma maneira diferente, pois do jeito que eu estava tocando a minha vida não ia conseguir ficar viva por muito tempo.”
3- Seja generoso consigo e conheça seus limites:
“Amparada por uma pequena rede de apoio, fui abrindo meus olhos para novas belezas, novas formas de encarar os problemas, aprendi a olhar para o outro de modo mais compreensivo, descobri o poder de lutar pelos meus direitos — e a cobrá-los em voz alta — mas, principalmente, aprendi a me amar. Aprendi a ser generosa comigo e aprendi a parar, a dizer não quando necessário, a ficar em silêncio quando o corpo pedia, a estar presente no presente. Alguns anos depois, cá estou e o burnout ainda vive em mim, como se fosse uma cicatriz que dói de vez em quando. Ela me deixa alerta, me lembra dos meus limites, me lembra de me sentir confortável em mostrar as minhas vulnerabilidades”.